segunda-feira, 21 de setembro de 2009

GERÊS

Recentemente abarquei a pé um dos locais de Portugal que melhor se encontram preservados em termos de vegetação natural, autóctone, onde ainda podemos sossegar o espírito e pousar um olhar prímevo sobre a paisagem.
Sim, também ele já foi fustigado pelo grande mal que são os incêndios neste país, mas pelo menos ainda não conseguiu entrar nessa magnífica mata que é a Mata de Albergaria no nosso Gerês.
A Geira Romana, ainda com um saborzinho às deambulações dos nossos antepassados romanos, atravessa esta mata, onde podemos caminhar sobre as calçadas antigas, sólidas, de construção mais duradoura que a vida de um homem, que a vida de um "Quercus pyrenaica" até.
Da milha XXIV à milha XXXIV, é a Mata que sobressai. São os carvalho, os medronheiros, os azevinhos que transformam aqueles declives na paisagem mais magnífica deste país.

Talvez se deva esta herança a um homem que foi pioneiro e protector das paisagens ancestrais: Tude de Sousa.
Escrevia ele, no início do séc. XX o seguinte:
"Da incontroversa verdade, firme e indiscutível, dos benefícios das arborisações florestaes, tem vindo de ha tempos a radicar-se entre nós, de maneira já notavelmente visivel, a crença de que a conservação e a multiplicação da arvore é um problema que bem merece os estudos, as attenções e os trabalhos de todos quantos se interessam pelas prosperidades e pela riqueza do paiz."
A seu tempo dederemos citar um pouco mais deste autor, visionário, como há tão poucos a comandar os destinos deste país, mormente no que se refere à riqueza das árvores e das florestas.

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