sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Blog

Será ainda possível...



Silêncio

Como saber o que o Universo nos quer dizer?
Apenas através do silêncio poderemos ouvir a sua voz.
Tanto ruído que os homens fazem.
E para quê?

Já não é possível escutar o que o mundo nos diz.
Já não se consegue embelezar a nossa paisagem interior
a não ser em pequenas ilhas do dia a dia

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

ALVÃO





A ideia de um percurso constrói-se e depois acontece.
Fazer o topo do Alvão, a pé, sózinho, apenas com a paisagem como limite. Sentir a pureza da iniciação.
Aqui fica a ideia.

TRILHO: TOPO DO ALVÃO

Mapas: Cartografia do Instituto Geográfico do Exército, 1:25000, nº 101-88- 74
Tipo: Percurso linear
Início: Barragem Cimeira, estrada N313, direcção Lamas de Olo, , junto ao cruzamento com estradão do Parque Natural do Alvão, encostado ao parque de merendas. Altitude de 1069 metros
Locais de Passagem: Seara, Caravelas, Outeiro do Cuco, Alto dos Fornos, Fojo, Meroicinha, Alto dos Merouços, Fraguinha Negra, Sombra, Ramalho e Gouvães da Serra.
Final: Gouvães da Serra. Aldeia a sul da A7-IC5, a oeste de Vila Pouca de Aguiar. A estrada de Vila Pouca de Aguiar que leva à lixa do Alvão (N206) atravessa o cruzamento para a estrada 557, que leva a Gouvães da Serra. Altitude de 944 metros.
Distância total aproximada: 17 Km
Cota máxima:

Descrição do Percurso:
Mapa 101
1­ Estradão do Parque Natural do Alvão (altitude de 1069m), direcção Este, primeiro cruzamento frente/esquerda.
2­ Seara (alt: 1170m), subindo até à Fonte do Marquês (1170m), com curva à direita seguida de curva à esquerda, contornando o Fogaré (alt: 1250m).
3­ Continuar a subir, direcção nor-nordeste, até ao esplendoroso pico do Alvão com o nome pouco telúrico de Caravelas (alt: 1330m), ponto mais elevado do percurso.
4­ a partir daqui o percurso é quase sempre linear, direcção nor-nordeste, quase sempre pelo topo da magnífica serra. Atravessa-se Lenha Grande (alt: 1323m).
5­ Alto do Seixinhal (1319m).
6­ Outeiro do Cuco (1282m)
7­ Fragas Grandes (1261m)
8­ alto dos Fornos (1278m)
Aqui há que mudar para o mapa 88
9­ Contorna-se por noroeste a Fraga da Pomba (1270m) até
10­ ao Fojo (1280m)
11­ Continuar até Meroicinha (1293m) sendo a direcção quase norte.
12­ Mais à frente há um cruzamento no Alto dos Merouços (1220m). Segue-se em frente para norte, até à
13­ Fraguinha Negra (1196m).
14­ Estender-se-á um percurso razoável de cerca de 2,5 Km até à Sombra, em Lavradas (1178m), contornando este outeiro por nordeste e encaixando novamente para norte.
15­ Com mais cerca de 2,5 a 3 km, atravessa-se as cercanias de Gouvães da Serra, através da Bouça do Rei e a seguir Ramalho A oeste, e Cadouço e Lajes das Portas a este. Almeja-se já a Aldeia e o descanso, aparecendo no mapa uma zona de vegetação mais elevada, uma vez que em todo o percurso as árvores serão escassas.

A EXPLORAR:
Recurso hídricos
Recursos eólicos
Água potável
Fauna e flora
Fotografia
Topografia (confirmação dos mapas e eventuais alterações)


quinta-feira, 29 de março de 2012

MEMÓRIAS



MEMÓRIAS



Dormem os pássaros
como se fosse noite.
Das chamas que brotam dos sentidos
resta apenas o dia,
a noite,
o tempo,
daquele que não espera,
que não contempla,
que flui.

Dormem as árvores
como se fosse inverno.
Dos chilreios das folhas nasce o olhar
que espera sentir a mão,
a lágrima,
o sorriso,
daquele que foi,
que é memória,
que não ficou.




segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

AUSÊNCIAS

Não se espera que o tempo pare. Não interessa o relógio, nem o futuro. Do presente só o agora, tão difícil de rever, impossível! Fica o passado... e a fotografia, registo de um tempo que foi. apenas um momento.


Ser luz
ser cor
ser, emfim, o mar
de olhar infinito, maior que o homem,
maior que a dor.

Ser olhar.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

DAS MONTANHAS


É impossível viver sem as montanhas.
A Natureza embala a vida. 
Mas é nas montanhas que a luz incendeia os momentos, transforma as assimetrias e lhes confere paz, onde os sentidos se aguçam e do preenchimento da paisagem surge a contemplação interior, os momentos de maior sentido.
Na minha terra não há esta montanha, mas na minha terra há montanhas, mais bonitas porque estão na minha terra. 
E todas as montanhas, todas as serras, todas as árvores são minhas quando as contemplo.
Por isso sou imensamente rico. Possuo sem ter, apenas porque contemplo, apenas porque vivo e respiro o ar destas montanhas, de todas as montanhas.
Não me falem de um mundo subjugado pelo homem! O mundo apenas se deixa contemplar. O homem é mais difícil, mais arisco, com menos cores. Presumo que o homem é mais descolorido que aquilo que vemos. Às vezes consegue cores belas, mas não tão belas quanto o Natural.
Por isso, contemplemos os Picos De Europa. Pensemos apenas no belo, escutemos as cores da paisagem e das montanhas. 
Silêncio apenas! Sou mudo.


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

FOGAREIRO

Este é o resultado de mais um Verão "quente" de Portugal. Representa-se uma planta apenas, um arbusto endémico no nosso país, a giesta. Cada planta, cada ser vivo que encadeado naos outros seres vivos permite aquilo que somos, tornan-se assim, negros, sem vida, em cada verão à portuguesa! Será o futuro ainda pior? Como será este ano que aí vem?
Veremos.
Esta é uma giesta morta perto de Vila Pouca de Aguiar, fotografada em novembro.

A surpresa é a vida que a seguir surge no meio daqueles tições!

domingo, 6 de junho de 2010

PAULO EDUARDO





















Estas árvores são para aqueles que fizeram parte do meu passado bem recente e farão também da memória do futuro.
Talvez os átomos deles já sejam também árvore neste momento. Só assim faz sentido a morte... morrer para fazer parte de Outro, de Algo, do Mesmo. Tudo deverá ser simples e uno!!

Ao Paulo Eduardo.

PRIMAVERA

São as árvores e o verde que me movem. São os caminhos, especialmente aqueles estreitoe e cujos traços são o resultado de pés que nunca se cansam, que ao longo dos séculos esculpem na terra ou em pedra, os sulcos da descoberta, da persistência, da constância de um tempo... que poderá nunca mais voltar.
E, a Primavera équem faz sobressair árvores e caminhos... verde, terra, flores e pedras, mesmo que já movidas pela mão do homem.

Tudo explodiu tão de repente, nestes poucos dias de calor... mas um calor intenso, inesperado, e tão diferente porque queima mais, que até eu me pergunto quanto mais aguentarão as folhas, as copas, as flores, as raízes esta imensidão abrupta de calor?
As primaveras parecem diferentes, ou serei que estou diferente??  O sol será o mesmo? A Terra será a mesma?
Definitivamente o homem é o mesmo: louco, acelerado, desrespeitador, incumpridor, desleixado,...
Tanto que somos e sabemos tão pouco resguardar o futuro!!

Avizinha-se um ano de incêndios! Mato farto, depois das chuvas e seguido deste imenso calor! Avizinha-se a loucura! Avizinha-se o homem (com letra miúda, que a graúda não lhe serve)!
Pergunto-me:
António Lobo Antunes dizia que o passado e o futuro são o presente, pela memória e pela antecipação das vontades! Ter-se-á enganado? Falará ele dos homens?
Talvez devesse estar a falar das árvores, esses seres magestosos, mesmo quando se apresentam com um porte mais modesto. Quereria ele dizer que as raízes e as folhas projetam-se num futuro depois de atravessar o presente que os seus genes contêm! Ou estaria a falar da seiva que atravessa os fustes em direcção aos gomos, trazendo consigo o que foi e movendo o que vai ser... Sim A.L.A. enganou-se concerteza... estava a falar das àrvores!

Bom! Há ainda a sombra. Aquela que refresca, que rejuvenesce, que incita a saborear os dias quentes sem pensar que o calor será excessivo, cortante, aterrador! E é à sombra das árvores que nasce quase tudo que o homem cria de bom, desde o futuro, à saudade...
O homem espera demasiado das árvores mas, esquece-se que elas esperaram sempre mais dos homens que aquilo que lhes tem sido dado.
Pensar em árvores não é pensar em madeira, ou tudo aquilo que o homem pensa retirar delas. É poder retirar delas aquilo que possa ser o menos devastador possível para elas. É o conviver. A simbiose. Termo que os homens inventaram mas não se aplica a qualquer relação dos homens com o que quer que seja, em especial com as árvores e este planeta e, mais ainda, especialmente na relação do homem com o próprio homem.
Eu sei que nem todos os homens são assim. O problema é a percentagem daqueles que o são, e são muitos!