terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"SENSO"




Poucas vezes, nas minhas deambulações por este países tão belo, invulgar e único em variadíssimos aspectos, me acontece sentir que houve ainda alguém (raramente sei quem foi o responsável ou responsáveis, consciente ou inconscientemente), que deixou marcas de beleza, por vezes deslumbrantes.
O Sabugal é um desses raros casos de beleza. Vale a pena estar, sentir vendo e partilhar do seu aspecto.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Desconstrução



Não há espaço na memória
Não há presente nem futuro.
Apenas uma lágrima
Que se derrama no orvalho
E se perde na flor de um qualquer
jardim.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PAI (novamente)

O presente, o passado
como a memória nos deixa arrastar
pela noite
escura e sem sentido
brutal como o arrancar de um sono dôce
triste como uma gota de orvalho
que se desfaz
que desaparece e nunca mais se forma
como a forma das nuvens escuras carregadas
de água
que escorre e
não volta nunca mais.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Olo e Alvão










Este é o rio Olo, em pleno Parque Natural do Alvão, concelhos de Vila Real e Mondim de Basto, no coração do "Reino Maravilhoso". Não vale quase a pena reter em imagens, paisagens tão intensas, a não ser pela ganância dos homens, a minha insensatez de humano. Vale a pena comungar com a paisagem. Perdermo-nos no deslumbramento de um olhar sempre singular, porque todos os momentos em que se olha esta paisagem, acontece-nos reter uma epifania sempre nova, desritualizada, única e íntima.
A Natureza não é dos homens. A paisagem não é nossa. O Mundo é dos Deuses. Nós, apenas passamos desiquilibradamente no Universo.

MIST


Da terra brota sem descanso
Como um Deus, em silêncio
Que tudo suporta.
Até a Dor se esgota
Em não poder ser.

E que Deus é este
Que transforma em sofrimento
A existência do Tempo?
Como se a luz, por mais ténue
Existisse apenas porque é esperança!


Há um rio perto da terra onde vivo. Um rio ainda incólume, selvagem, ora calmo, ora capaz de derrubar a montanha. Um rio, tão perto da felicidade e da esperança, da luz e das trevas, que quando me atrevo a contemplá-lo apetece-me chorar. Ele é um dos momentos mais interessantes da criação... mais intenso!
É no Outono e Inverno que ele fica mais possante, mais vistoso, mas mais escondido por um nevoeiro espesso, por um frio intenso, mas cheio de vida!
É apenas um rio. Mas é um rio de deuses.