quarta-feira, 1 de julho de 2009

SERMOS


Nada mais importa que percorrer os caminhos que o homem tentou roubar à Natureza. Encontrar em cada passada o pó de que é feito o Universo. Que interessa percorrer a estrada da vida a velocidades estonteantes se não podemos apreciar aquilo que de melhor a vida nos oferece? Parar; sentir que a dor nos inunda porque somos mortais, mas ao mesmo tempo sentir a enorme transcedência da alegria porque somos mortais que podemos contemplar o Cosmos.
Olhar para o céu nocturno, identificar as estrelas que nos acompanham há tanto tempo, de quem fomos tirando algum do sentido da vida, porque podemos contemplar e sentir que somos pequenos, mas SOMOS.

TEMPOS MODERNOS

A Dna. Maria, exímia tocadora de adoufe e cantadeira de 83 anos, diz-nos que aparece na internet. Os dois dedos de conversa que connosco encetou nesta tarde de um Verão cheio de calor em Monsanto, foram a prova da sua sabedoria popular, em que um olhar vivo, e ao mesmo tempo de saudade das coisas perdidas (uma delas o seu marido há 5 anos), não dispensa todos os minutos de companhia com quem à sua porta passa, lá no alto, junto a "entre penedos", quase no castelo.
O rosto, marcado por rugas tão vincadas quanto o granito que a rodeou toda a vida. As mãos, apesar de tudo, expressivas de uma vida também dura, como a paisagem.
Vale a pena ver Monsanto e a sua história rente a D. Afonso Henriques, conquistador da nacionalidade. Vale a pena ver a Dona. Maria contar como foi a sua vida e como tem sido fraca a sua saúde agora que está sozinha junto às fragas que dão sombra aos seus últimos dias. Vale a pena!